
Conheça 8 áreas da indústria que serão impactadas pela 4ª Revolução
O avanço da tecnologia vem ditando novos hábitos na sociedade moderna. E isso inclui, claro, novas práticas no meio empresarial, sobretudo nos processos do setor industrial. E é desse novo contexto que surge a Indústria 4.0: um setor mais inteligente e antenado com os anseios de seus clientes, que une a tecnologia em prol de processos mais enxutos, mais certeiros e produtos com a cara do consumidor final.
O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) estima que oito áreas irão sofrer grandes impactos com as novas tecnologias introduzidas pela 4ª Revolução Industrial. Esse é um processo que não visa apenas tornar a produção industrial mais barata, sustentável e eficiente, mas também fornecer melhores serviços e nar o trabalho mais humano.
A área automotiva é uma delas. O Senai prevê que tecnologias como robótica colaborativa e comunicação entre máquinas por meio da Internet das Coisas (IoT) vão impactar fortemente as etapas de concepção e produção da área.
Se liga nas demais áreas que devem sofrer profundas mudanças com a era da manufatura avançada:

1. Automotivo
Esse setor tem se beneficiado das ferramentas da Indústria 4.0 para aumentar sua produtividade e atender critérios mais específicos e personalizados de um consumidor cada vez mais exigente que busca mais tecnologia, segurança e conforto. Dentro desse contexto, as transformações no segmento se dão pelo aumento do uso das tecnologias relacionadas à robotização colaborativa das linhas de produção, comunicação de máquinas por meio da internet das coisas (IoT), impressoras 3D e simuladores de processo, que impactará fortemente nas etapas de concepção e processo produtivo do setor automotivo.

2. Alimentos e Bebidas
As ferramentas da Indústria 4.0 proporcionam ao setor de alimentos e bebidas produzir com qualidade, segurança, economia e de forma sustentável. Assim, como transformação para os próximos anos, teremos: empresas usando softwares avançados para controle de processos e implantação de processos álcoolquímicos para produção de eteno, butadieno, butanol, acetaldeído, entre outros; o uso de big data e softwares para previsão orçamentária industrial (global e setorial), e o uso de drones para monitoramento e segurança das áreas de plantio.

3. Máquinas e Ferramentas
A Indústria 4.0 tem beneficiado o setor ao unir as novas tecnologias a processos e mudanças incrementais em máquinas e equipamentos existentes nas linhas de produção. Um exemplo de mudança no setor é o aumento do uso das tecnologias de realidade virtual, manufatura aditiva, bem como de máquinas-ferramenta com maior velocidade e maior precisão; além do uso de novos materiais, notadamente os de base polimérica, cerâmica e de nanotubos de carbono; o setor também adotará a robotização da produção nas etapas de soldagem e montagem.

4. Petróleo e Gás
A transformação digital no setor industrial de Petróleo e Gás trará benefícios para os pontos de exploração, já que cada um possui uma geografia diferente e, portanto, requerem adaptações e atenção específicos. Entram nesse contexto, os sensores inteligentes da Internet das Coisas (IoT) que permite acompanhar o funcionamento de válvulas do setor de óleo e gás, por exemplo, e saber se elas foram abertas, fechadas, se estão vazando, se a temperatura e o volume de processamento estão adequados. O que contribui com uma manutenção mais assertiva e deslocamento inteligente de produção.

5. Têxtil e Vestuário
Nestes setores, a Indústria 4.0 está causando uma verdadeira revolução, já que suas tecnologias e ferramentas são capazes de criar, com baixo custo, produtos diferenciados e personalizados que atendem a um tipo de consumidor que quer exclusividade com alto nível de qualidade. Neste contexto, temos a incorporação das tecnologias digitais (modelagem e simulação), principalmente nas etapas de criação, concepção e prototipagem de produtos na busca pela máxima customização de produtos; o uso de smart clothes, que permitem diversos tipos de informação provenientes da interação do fio, do tecido ou da roupa com o corpo e com o ambiente; o aumento da automação em diversas partes da costura (medidas em 3D e visão de máquina).

6. Química e Petroquímica
Um dos setores mais avançados na aplicação de novas tecnologias, a 4ª Revolução Industrial tem contribuído para transformações profundas na forma de produzir das empresas que atuam na área. Neste setor, as mudanças devem impactar em um dos quatro subgrupos de conhecimento da Engenharia Química, a chamada Engenharia de Processos, que compreende a concepção, o dimensionamento e a análise dos processos industriais. Como mudanças, o levantamento aponta a automação dos processos contínuos e robotização dos processos discretos; o uso mais intensivo de internet das coisas (IoT) na comunicação entre etapas dos processos produtivos e coleta de informações de mercado que afetem a produção; o desenvolvimento de novos produtos, aplicando os conceitos de nano e biotecnologia, além de novas composições poliméricas para tintas, vernizes e fibras sintéticas

7. Tecnologias da Informação e Comunicação
Esse setor é um dos mais influenciados por novas tecnologias. Desde a invenção do telégrafo até o uso de ferramentas digitais, ele sempre foi fundamental para o desenvolvimento das sociedades e dentro do contexto da 4ª Revolução Industrial, o segmento se torna importante ao se integrar aos processos de automação da manufatura avançada. O destaque é para a digitalização das etapas dos processos produtivos, do uso da internet das coisas (IoT) e das redes wireless nas linhas produtivas e na comunicação entre robôs.

8. Construção Civil
Familiarizado em implementar novas tecnologias em seus processos, com o uso da domótica (automação predial) e da internet das coisas (IoT) para reunir informações detalhadas do que ocorre no canteiro de obras em tempo real e automatizar processos – como pedidos de novos materiais e ferramentas e dos materiais inteligentes; o uso de novos materiais como concretos translúcidos e que se auto reparam, além de novas tecnologias para conforto térmico e acústico.
Senai na Indústria 4.0
O Senai adotou uma mudança de postura importante diante o advento da Indústria 4.0, reformulando o seu portfólio de cursos e consultorias, além da criação e implementação dos Institutos Senai de Tecnologia (IST), os laboratórios abertos que colocam à disposição do setor industrial equipamentos de primeira geração, como as impressoras 3D.
A entidade vem contribuir com o setor e mostrar que a sobrevivência das empresas dependem da inovação. Os cursos e serviços do Senai entram em convergência com essa nova era, para desenvolver novas competências e habilitar o trabalhador da indústria para essa nova realidade. Essa preparação vem de forma dinâmica nas salas de aula do Senai, por meio da Educação Maker.
O Senai apresenta um vasto portfólio voltado para esse novo contexto, como os cursos de Indústria Avançada (Conectando Conceitos na Prática, explorando a Big Data e programação móvel para IOT), o curso técnico em Mecatrônica, além do Pós-técnico em Produtividade, Aperfeiçoamentos em Lean Manufacturing (MBA em Lean Manufacturing).
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Por Fiorella Gomes

Tecnologias pioneiras são as novas aliadas em recuperação socioambiental
Startups selecionadas no Edital de Inovação da Indústria desenvolvem drones para coleta de dados, biotecnologias ecológicas e capacitação para Fundação Renova
As soluções para reparar e compensar os danos provocados pelo rompimento da barragem de Fundão ganham agora o reforço de três startups, que estão desenvolvendo tecnologias pioneiras para serem testadas e aplicadas no território atingido. Os projetos foram selecionados no Edital de Inovação para a Indústria, uma iniciativa da frente de Inovação e Economia da Fundação Renova, em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).
A escolha dos projetos seguiu critérios técnicos, como a viabilidade do negócio e a empregabilidade no processo de reparação. A Skyvideo trabalha na adaptação de drones para acesso a áreas remotas, com possibilidade de flutuação sobre a água. A LiaMarinha, de Mariana (MG), desenvolve biotecnologias ecológicas para tratamento e remediação de águas e efluentes das áreas impactadas. A empresa Já Entendi vai atuar no eixo Pessoas e Comunidades, com projeto de capacitação profissional em estratégia de negócios para as comunidades atingidas.
As tecnologias
Incorporando os drones como os novos aliados da reparação, a Skyvideo está realizando testes de distância e de peso para checar o alcance e a capacidade dos equipamentos. No futuro, os drones poderão realizar coletas de amostras e análises de parâmetros físicos e químicos da qualidade da água, que serão transmitidas remotamente. “A tecnologia permitirá a mensuração da evolução dos programas da Renova, poderá contribuir com tomadas de decisão mais ágeis e precisas e com a difusão de inovação de ponta. E, ainda, será possível replicá-la em outras situações”, afirma Fabio Tauk, diretor da startup.
Com base no funcionamento da própria natureza, a LiaMarinha aposta na Estação de Tratamento Natural (ETN) – ilhas flutuantes fitorremediadoras e barreiras filtrantes, capazes de despoluir com eficiência áreas contaminadas por diversos compostos orgânicos. A técnica ainda é vantajosa pela simplicidade na execução, tempo demandado no processo e menor custo. As ilhas são adaptáveis e imitam as zonas próximas às margens.
A ETN funciona como as raízes das plantas, ou seja, filtra e degrada a matéria orgânica, absorve metais e diminui a turbidez da água. As ilhas podem trabalhar de forma independente e ser utilizadas para diversos fins, como a renaturalização, melhoria da paisagem, aquicultura, lagoas de tratamento e medidas preventivas. “Depois dos testes em laboratório, vamos aplicar a ilha em um trecho piloto do Gualaxo do Norte, em Mariana (MG), uma das áreas mais impactadas pelo rompimento da barragem. Dependendo dos resultados, a tecnologia estará apta a ser reproduzida em outras áreas, da nascente do Doce à foz”, afirma William Pessoa, diretor da empresa.
A capacitação profissional é o foco da empresa Já Entendi. Serão feitos treinamentos de forma ágil, inovador e com baixo custo para base da pirâmide das comunidades atingidas. “Desenvolveremos videoaulas e ebooks com orientações de educação financeira, práticas de vendas, criatividade em embalagens, receitas e dicas para pequenas empreendedoras”, afirma Gladys Mariotto, CEO da empresa.
O edital e projetos
O edital recebeu 76 projetos de startups, micro e pequenas empresas de todo o Brasil. A avaliação das propostas, incluindo entrevistas com representantes das empresas, foi conduzida pelo Senai em parceria com a Fundação Renova. Ao todo, serão destinados R$ 1,1 milhão para as três empresas selecionadas.
“Inovação é uma das palavras-chave para o processo de reparação. A conexão entre empreendedorismo, tecnologia e sustentabilidade é essencial em um cenário que demanda, constantemente, geração e aplicação de novos conhecimentos e técnicas”, destaca Paulo Rocha, líder da frente de Economia e Inovação da Fundação Renova.
Para o desenvolvimento dos projetos, as empresas poderão contar com a estrutura de incubação do sistema Sesi/Senai. “Esta chamada tem um papel muito importante pelo que esta ação representa: conectar e compartilhar para transformar. Todos juntos conectados em busca de soluções que promovam o impacto positivo no ambiente e principalmente nas pessoas da região”, relata Juliana Gavini Uliana, diretora de Inovação e Tecnologia do Senai/Espírito Santo.
Os empreendedores terão, ainda, acesso a uma assessoria para oferecer o novo produto ao mercado. “Queremos que micro e pequenas empresas, de base tecnológica sustentável, criem produtos que nos ajudem nesse compromisso de reparação, mas que também gerem inovação e conhecimento para o mercado, trazendo novas oportunidades de negócios para elas”, enfatiza Rocha.
Fundação Renova
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